
Há no meu jardim uma linda roseira de sonhos e, talvez, seja por isso que eu a valorize tanto e cuide tão bem dela. Mas ela nem sempre foi assim.
Ela já passou por um inverno tão rigoroso que fez com que suas folhas caíssem e seus galhos, de tão fracos, quebrassem. Nesse momento ela nada mais era do que a parte vegetativa de suas lembranças, lembranças de outras estações, de quando brotava, florescia, frutificava e havia companhia em seus dias.
Como tudo na vida esse inverno passou, mas por ter durado muito tempo, fez com que ela se acostumasse a ser sozinha e não mais acreditar em suas lembranças e sonhos, que um dia foram reais.
Quando novamente pôde sentir o calor do sol, ela sentia medo e, por isso, nunca mais floresceu e nem sequer produziu mais ramos vistosos e fortes.
Ela sabia de sua capacidade, mas temia sofrer novamente e, por muito tempo, as primaveras foram apenas mais uma entre as outras estações do ano.
Não havia nela mais motivos para acreditar, e os dias se passavam sem que houvesse coragem para voltar a sonhar e, novamente, pudesse brotar e florir.
Com o passar do tempo, ela percebeu que, mesmo sendo como era, houve algumas formigas que retornaram, e isso fez com que ela se sentisse parte integrante da vida mais uma vez, despertando assim, vontade de ser melhor para poder revelar todo seu potencial e pudesse se sentir completa.
As lembranças de primaveras floridas fizeram com que ela florescesse de novo, mostrando o que de melhor ela possuía. Foi a mais linda florada que eu já vi. Seus ramos eram vistosos e fortes, suas folhas de um verde vivo e suas flores... Ah! Suas flores refletiam o sol em luz e ela não cabia em si de tanto contentamento. Ela realmente acreditava que os tempos eram outros e que não havia mais motivos para temer.
Certo dia, sem que ela menos esperasse, as formigas fizeram dos seus sonhos, que cresceram com seus ramos, folhas e flores, pedaços. Ela não podia acreditar que aquelas formigas, que pareciam ser tão confiáveis, estivessem fazendo aquilo com o que de melhor brotara dela, com aquilo que retornara depois que elas apareceram, a capacidade de sonhar. A decepção foi tão grande que a dor emocional transpassava a física.
As formigas se foram, deixando seus sonhos em pedaços.
Levou um tempo para que ela superasse mais esse descontento e pudesse florir, para que assim seguisse sua vida.
Toda vez que ela estava bem e florida, as formigas voltavam e, ela sempre, mesmo que intimamente, não acreditava que seriam capazes de outra monstruosidade. E mais uma vez ela sentiu a decepção, e viu seus sonhos serem feitos em pedaços e carregados para longe pelas formigas.
E assim fizeram de tempo em tempo.
Hoje a minha roseira se fortaleceu, não apenas fisicamente, mas, o mais importante, emocionalmente. Ela aprendeu que até as formigas, que se mostram mais confiáveis podem fazê-la sofrer. E sempre que elas retornavam, a roseira entendia que cortar e despedaçar fazia parte da natureza das formigas e, com o tempo, ela concluiu que isso era parte de um ciclo e, assim, decidiu que o que marcaria o início de um novo período não seria a perda de seus sonhos e, sim, os ramos, folhas e flores novas que trariam mais um recomeço, significando que havia novos sonhos para serem realizados.
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Ela já passou por um inverno tão rigoroso que fez com que suas folhas caíssem e seus galhos, de tão fracos, quebrassem. Nesse momento ela nada mais era do que a parte vegetativa de suas lembranças, lembranças de outras estações, de quando brotava, florescia, frutificava e havia companhia em seus dias.
Como tudo na vida esse inverno passou, mas por ter durado muito tempo, fez com que ela se acostumasse a ser sozinha e não mais acreditar em suas lembranças e sonhos, que um dia foram reais.
Quando novamente pôde sentir o calor do sol, ela sentia medo e, por isso, nunca mais floresceu e nem sequer produziu mais ramos vistosos e fortes.
Ela sabia de sua capacidade, mas temia sofrer novamente e, por muito tempo, as primaveras foram apenas mais uma entre as outras estações do ano.
Não havia nela mais motivos para acreditar, e os dias se passavam sem que houvesse coragem para voltar a sonhar e, novamente, pudesse brotar e florir.
Com o passar do tempo, ela percebeu que, mesmo sendo como era, houve algumas formigas que retornaram, e isso fez com que ela se sentisse parte integrante da vida mais uma vez, despertando assim, vontade de ser melhor para poder revelar todo seu potencial e pudesse se sentir completa.
As lembranças de primaveras floridas fizeram com que ela florescesse de novo, mostrando o que de melhor ela possuía. Foi a mais linda florada que eu já vi. Seus ramos eram vistosos e fortes, suas folhas de um verde vivo e suas flores... Ah! Suas flores refletiam o sol em luz e ela não cabia em si de tanto contentamento. Ela realmente acreditava que os tempos eram outros e que não havia mais motivos para temer.
Certo dia, sem que ela menos esperasse, as formigas fizeram dos seus sonhos, que cresceram com seus ramos, folhas e flores, pedaços. Ela não podia acreditar que aquelas formigas, que pareciam ser tão confiáveis, estivessem fazendo aquilo com o que de melhor brotara dela, com aquilo que retornara depois que elas apareceram, a capacidade de sonhar. A decepção foi tão grande que a dor emocional transpassava a física.
As formigas se foram, deixando seus sonhos em pedaços.
Levou um tempo para que ela superasse mais esse descontento e pudesse florir, para que assim seguisse sua vida.
Toda vez que ela estava bem e florida, as formigas voltavam e, ela sempre, mesmo que intimamente, não acreditava que seriam capazes de outra monstruosidade. E mais uma vez ela sentiu a decepção, e viu seus sonhos serem feitos em pedaços e carregados para longe pelas formigas.
E assim fizeram de tempo em tempo.
Hoje a minha roseira se fortaleceu, não apenas fisicamente, mas, o mais importante, emocionalmente. Ela aprendeu que até as formigas, que se mostram mais confiáveis podem fazê-la sofrer. E sempre que elas retornavam, a roseira entendia que cortar e despedaçar fazia parte da natureza das formigas e, com o tempo, ela concluiu que isso era parte de um ciclo e, assim, decidiu que o que marcaria o início de um novo período não seria a perda de seus sonhos e, sim, os ramos, folhas e flores novas que trariam mais um recomeço, significando que havia novos sonhos para serem realizados.
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AE.20/09/2009-