
Sabe quando uma oportunidade aparece em nossa vida e não sabemos lê-la?
Quando algo ou alguém chega e não sabemos se é passageiro ou para ficar?
E nesse momento você sente medo e por querer muito faz tudo errado?
Diz coisas erradas, toma atitudes erradas, tudo errado e sempre por medo?
Foi assim com você, inesperado e intenso e por medo ou certeza de ser passageiro eu disse e fiz coisas ruins, quando queria ter atos e palavras diferentes e agora não há como fazer com que você saiba, pois talvez fosse transitório.
Eu e meu medo de magoar as pessoas!
Ou talvez eu tenha me enganado com o seu jeito, com o que foi e com o que realmente veio, ao que parecia – efêmero.
Isso tudo é o que eu nunca saberei, eu não tenho experiência e nunca mais verei você. Não posso dizer nada sem me preocupar em ser uma simples sonhadora e confusa.
Mas o fato é que quando te vi te reconheci ou confundi, mesmo sem saber ao certo, quando te olhei não imaginei que ao me tocar tudo seria como sempre, como sempre foi, não havia estranheza, tudo muito simples e natural, parecia que você estava onde sempre esteve, ao meu lado.
Seu toque, seu cheiro, seu modo de estar ali, tudo era como sempre foi enquanto você não esteve aqui, um sonho.
Nunca mais te verei, agi errado e não soube ler o que você escrevia com suas atitudes naquele momento, e se eu soube compreender, esqueci como seria depois.
Toda vez que fecho os olhos você está aqui, toda vez que abro o portão me lembro de um dia que entrei em casa, um dia comum, normal, e você estava aqui como qualquer outra pessoa, mas em menos de um minuto falou comigo e o meu coração reconheceu sua voz e eu só saberia mais tarde, e eu não pude mais fazer nada.
Tanto que pedi aos céus que se não fosse para sempre não permitisse que algo assim acontecesse, li os sinais errados ou não soube interpretar os certos e agora nem sei se eles existiram, tudo se foi como se nada tivesse acontecido, mas as lembranças se fazem reais a todo momento.
Você veio e se foi. E agora te sinto como um sonho, o que eu sempre sonhei, e que não tinha rosto, cheiro ou gosto.
O mais triste não é pensar que era algo corriqueiro que deixou pensamentos, e sim, se as coisas eram especiais, mais um vez por medo eu as tratei como comuns, e não mais posso mudar e nunca mais verei você.
Deveria ter permanecido quadrada em minha bolha e, mesmo que você tenha dito que: “só sorri de verdade quem chora de verdade”, continuo com medo de sorrir, por ter me acostumado a chorar e não saber reconhecer a hora certa de sorrir.
Perdoe-me se tudo tiver sido real, eu não soube lidar.
AE.31/10/2010-RE