terça-feira, 27 de novembro de 2012



Eu te toco através da música. Através de um tempo que parou em sentimentos que necessitam de rótulos e definições.

Como explicar o que se sente? Ainda mais sendo tão forte e há tanto tempo assim?

Você. O que me fez querer ser melhor, o que eu escolhi, o que eu sempre sonhei.

Um sonho entre buquê de flores, abraço e abacaxis cor-de-rosa... Coração acelerado.

Entre atores, conversas ao pé do ouvido e mão no ombro... Olhos lacrimejados.

Entre trajetos de metrô, caminhada e hashis... Olhares.

Entre espera, desejos e abraço... Se foi.

E eu parada, com medo, era felicidade demais, e eu sabia que eu poderia acordar, então tratei de guardar coisas suas em mim. Eu te olhava, não com desconfiança, mas querendo eternizar cada segundo, cada palavra e cada gesto seu.

Por alguns dias mais me veio em sonhos novamente e depois entre lágrimas eu acordei, te procurei e você já tinha ido. Não pude fazer nada, não tinha o direito de fazer nada, eu não tinha um rótulo e menos ainda uma definição.

Como definir o que é atemporal? Como rotular o que é e apenas é em todo esse tempo?

Eu não sei, mais dói. O não saber explicar dói também, e eu não sei explicar. Entre outras coisas não sei justificar o porquê de eu ter escolhido voltar, e agora assisto como quem vê pela tela uma vida que sonhou acontecendo, como quem assiste a um filme, e este fala de amor. O amor mais lindo e puro que eu já vi.

Não sinto raiva, nem que eu quisesse não seria capaz... Eu amo demais, então apenas sinto... Sinto algo cortando por dentro que dói quando eu respiro.

Eu faria tudo para ser real, mas para se ter a parte boa.... Como se não fosse óbvio para mim. Doeu.

Sonhei com você e te toco através da música.

AE.15/11/2012




Coração apertado e nó na garganta.


Página em branco...

O que dizer?
Em todo esse tempo tanta coisa já foi dita, não há mais ímpetos de desabafos, só essa angústia muda que dói no peito e lateja na alma.

Acalentar um sentimento que foi exposto e incentivado a não ter medo, custa, inflama o corpo e todo ele é triste. Talvez eu tivesse que ter deixado de acreditar que as coisas poderiam um dia ser diferentes, mas vejo um traçado padrão nos vários quadros que estão pendurados em minha parede. Pregos fincados... O mesmo pintor.

Devaneios sem sentido. Mas o que nesse tempo fez sentindo? Um sentimento que não diminui, só aumenta por alguém contraditório em tudo que diz e faz.

Silêncios seletivos. Para alguém você se faz presente, eu vi enquanto voltava aonde paramos para refletir e inúmeras vezes você retornava e não por mim.

Sufoquei agonias, contive impulsos e me mantive ali, sentada no canto do meu quarto, com os joelhos entre os braços, na penumbra. Nesse instante até a luz doía.  A luz que vinha sendo você, em dias que se tornavam mais perfumados, poéticos e bonitos, em felicidades plenas-temporárias que sempre se esvaem, como as lágrimas em meu rosto, e dói tanto. Tento te tocar e te busco, mas não o encontro mais e também não me procura. 

Será tão fácil deixar alguém a quem diz amar para trás no silêncio? Tão diferente de poucos dias antes. 

Disse-me que nada mudou, mas nada está igual. Nem mesmo os acontecimentos, que se baseiam em títulos para se saber seu o grau de importância, é preciso que sentimentos tenham rótulos... Será que assim doeriam menos?

Não vou mais questionar. O passar dos dias, mesmo que longos e sufocantes em mim, revelarão em algum momento o que isso significou, se é que significou. Quem é você? Alguém que cuida de detalhes ou quem ignora dias a fio. Não consigo mais acreditar que alguém que sente tanto, é capaz de abandonar assim para que se espedace lentamente.

Subi tão alto, toquei as nuvens e em curto espaço de tempo estava no chão, e em silêncio.

Não tenho mais forças, não quero mais palavras, o que é apenas é, pois não depende de mim ou de minhas vontades, não há nada que eu possa fazer. Então me resigno onde o que há em mim pulsa, em um sentimento que clamou por realização, por fatos concretos que tornassem as coisas palpáveis e não surpresas desagradáveis que parecem providenciais.

Mas quero e preciso deixar de esperar... E, no entanto queria que deixasse de doer também.

AE. 16/11/2012




Por que sempre acontece algo inversamente proporcional a felicidade sentida ao seu lado. 

Quem é você que aparece como a materialização de um sonho lindo e se vai com a mesma intensidade? Que veio e me deixou assim, sem saber se você é cura ou doença, bem ou mal, felicidade ou tristeza.

Eu creio nas coisas boas, mas não são elas que me fazem companhia à maior parte do tempo. Tudo é tão lindo, mas depois se vai e parece nem se importar em me deixar para trás, e em como eu ficarei. E então eu venho aqui, no único lugar que eu encontro, desde sempre para aliviar a minha alma.

Sento nesse banco de frente pro mar, coloco música em meus ouvidos, fecho os olhos e sinto a brisa tocar minha pele. E nesse instante a minha mente se vai para algum lugar onde você esteve comigo e eu espero, espero até que mais uma vez essa dor passe. E eu sei que você não virá hoje, assim como não veio em todos esses dias que eu te esperei, e não virá tão cedo, porque eu sinto, sinto quando está perto e disponível e quando se fecha e se vai, e dói, dói porque eu sei que você sabe que eu tenho precisado de você e prefere seguir com "suas coisas".

E se foi... Mesmo sabendo que deixou para trás alguém que disse amar com tanta veemência e que está sofrendo tanto por acreditar.

AE.16/11/2012


Sinto-me assim... Quando eu não consigo dormir, eu escrevo.

Tudo em mim é dor, e na esperança de obter algum alívio eu choro, em alguns dias várias vezes até.

O buraco aberto em meu peito não se fecha, falta-me o ar e às vezes eu rezo... Uma tentativa desesperada de fé para que a dor passe ou então seja ela ao menos suportável.

Sonhos e sentimentos doem quando estão morrendo, tanto como se essa dor fosse da minha própria morte.
Uma lembrança ingênua desencaixada meio a tudo isso, e ainda ela é dor, e se esvai junto com meu pranto nesse silêncio sólido, tão afiado feito uma faca que corta a carne e a faz sangrar, tão maligno como veneno que se bebe sem saber e vai morrendo aos poucos... Definhando, esvanecendo. Deixei de desfiar significados desta teia, isso faz o corpo se esgotar. Como torneira que já foi apertada ao máximo e espanou, e em noite escura pinga . Não tem para onde correr, não há nada mais a fazer, o registro foi fechado, mas ainda há água nas entranhas da casa, o barulho ecoa em cada cômodo, em cada canto, e dá agonia de saber que algo se vai, se esvai, aos poucos, de pouco em pouco, minguando, secando.

Veneno que corre nas veias e tem sabor amargo, consigo sentir seu gosto enquanto ele percorre meu corpo. E eu rezo... Suplico para que pare de doer. E dói tanto, como quem acorda de um sonho, lindo... Irreal, e antes mesmo de abrir os olhos, antes até da própria consciência tomar o meu corpo, todo o resto já é dor, é agonia. E a torneira não para de pingar, contendo a pressão para que a água não exceda os limites que sua condição impõe.

AE.23/11/2013 - 4:04/ 5:09

Sonhos duram uma noite, mas a realidade uma vida inteira.




Chega uma hora que a gente entende que deve abrir mão, deixar partir. Que querer conversar, chorar e tentar entender não levará a lugar algum.

Deixei de lutar contra o que sempre acontece. Quero esquecer, e peço a Deus que tire de mim todos esses sentimentos negativos e que liberte o meu coração de tanta dor.

Não há nada para ser feito por mim e nem consigo entender as motivações de tudo que aconteceu, talvez não faz mais diferença, e ainda sim é cruel, tantos dias em profunda angústia.

Você pesou, decidiu tudo e se foi, nem se importou em como eu ficaria, e se quer se interessou em saber.

Um amor tão real que parece sonho, um sonho eterno que nunca se realizará... Incoerente, inconsistente.

Você se fechou com o que te interessava e me deixou para fora, bateu e trancou a porta.

Lamentar?

Não sei continuar com isso, apenas escrevo quando dói demais, quando fica insuportável. Escrevo para aliviar o que eu sinto.

Saber?

Eu não sei, nunca soube e nunca saberei, essa história é feitas de lacunas tão profundas onde caberiam infinitos buracos negros... E mais, e mais e mais.

E eu vagando nesse espaço, onde não há nada, nem mesmo o ar, tudo é tão somente vácuo, e todo ele é tão escuro.

Então escrevo... Não para formular teorias ou acusações, apenas para aliviar a minha alma que se perde e cansou de tentar entender.

E em sua resignação pede:

Por favor, Deus!

Faça parar de doer.

AE.17/11/2012
"Sonho que se sonha só é apenas sonho...
Sonho que se sonha junto é realidade".
(Raul Seixas)

Um comentário:

  1. Pessoas como você não deveriam "escrever tristezas", pois perto de ti os dias têm poesia, têm perfume.
    Estou certo que sabe a força que tem.
    Continuo aqui... Sempre.
    Beijos, Ana!

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