Hoje ao acordar, li o texto abaixo, me senti mal, e suas palavras
reverberaram em mim. Não porque eu as merecesse ouvir, não sei, mas porque eu
as sinto e não fui capaz de expressá-las. Coração oco, profundo sem fim, um fim
de quase tudo, não apenas dessa angústia.
Sofrimento comedido e sereno. Tão pobre, não possui mais nem
palavras, apenas faz com que eu me reconheça no que eu gostaria de ter dito
e não fui capaz. Não há maior pobreza do
que aquela que se perde na alma. Acho que eu perdi o jeito de saber de mim ao
perder você. Você? Mas quem é você?
Quando ia me dizer, foi quando se foi.
Rio manso não luta contra o curso do leito, as águas passam
pra não mais voltar.
Eu que tinha a força do mundo dentro de mim e acreditava a
cada dia, hoje não a tenho mais, não te sinto, se foi e fim.
AE.11/12/13 – RA
“O amor parece ter
nascido aqui nesse leito sereno para depois morrer confuso, ali, no seu peito
ausente. Talvez nada lhe falte e até sobre verdade sobre a mesa do jantar que
não jantamos ontem. Talvez até sobre um recado no bolso do paletó, que diz que
a paixão é um pequeno pecado doido para ser perdoado. Eu perdoei loucamente
todos os seus pecados: um por um, dores por dores, sentimentos por sentimentos. Talvez ainda reste um resto de eu te amo enrolado
neste guardanapo que roubei do balcão do meu bar predileto… Na gaiola invisível
ainda ouço a liberdade se prender ao canto do curió – meu pássaro favorito!
Curiosos são aqueles que querem a verdade, o que eu quero é ver, rever, berrar:
reverberar!
Ainda me lembro do dia em que dissemos: seremos felizes até que a poesia nos repare. Primeiro, você riu, eu gargalhei e nós casamos. Depois, eu li, você ouviu e, nus, transamos. Por fim, eu lembrei, você se esqueceu e nós cansamos. Hoje, ainda que me falte você, nunca me faltará poesia. Um poema é o próprio abandono descrito em versos, diversas vezes. É o poeta em estado onírico implorando em rimas, alexandrinos, decassílabos decadentes: “Volta para mim, palavra bonita. Volta!”. Seu mundo sempre foi confuso, uma mistura moderna de Garcia Márquez com qualquer pintura de Velásquez. Você só parece amar quem pisoteia nos seus sonhos, quem tapa os seus sorrisos com lágrimas, quem lhe abandona sem roupa, sem mundo, sem beijo. Veja só: As Meninas na corte do rei parecem cortejar o seu coração. Corta a cena: seu azar foi ter vivido Cem anos de Solidão em uma única relação. Talvez por isso nada lhe emocione mais: nem o piano que toca algumas notas de jazz, nem o coração em guerra que, no peito, hasteia uma bandeira de paz. Talvez por isso nada lhe interesse mais: nem as cartas nem as caras de amor. Todas elas são ridículas, já dizia o poeta, todas elas são partículas de sentimento que não insiste mais… Contudo ainda me pego algumas vezes tateando uma sombra incompreensível que fala e que fuma e que finge estar viva. Só finge! Uma sombra precisa de luz para ser viva. Um amor precisa de vida para reluzir. Eu preciso de ambos para existir.
Agora podemos ir, dobrar uma esquina qualquer, reconhecer que a vida tem seus tropeços, seus problemas e seus soluços. E soluços nada mais são do que palavras que morreram engasgadas na vontade de dizer. O tempo dirá, o remorso roerá, o cigarro apagará e eu tenho a mais absoluta certeza que outra beleza menos confusa e mais Clara amanhecerá no meu mundo para me amar como eu não te amei.
E se você foi covarde, tudo bem… Todo mundo tem suas fraquezas. Nem todo mundo aguenta ser feliz. Eu também preciso de uma Trégua…
Fique com seus romances latinos;
Eu versifico com os meus poemas batidos:
O amor é bem mais do que isso… O amor é bem mais do que tudo isso”.
[o amor é bem mais do que isso; antônio]
Ainda me lembro do dia em que dissemos: seremos felizes até que a poesia nos repare. Primeiro, você riu, eu gargalhei e nós casamos. Depois, eu li, você ouviu e, nus, transamos. Por fim, eu lembrei, você se esqueceu e nós cansamos. Hoje, ainda que me falte você, nunca me faltará poesia. Um poema é o próprio abandono descrito em versos, diversas vezes. É o poeta em estado onírico implorando em rimas, alexandrinos, decassílabos decadentes: “Volta para mim, palavra bonita. Volta!”. Seu mundo sempre foi confuso, uma mistura moderna de Garcia Márquez com qualquer pintura de Velásquez. Você só parece amar quem pisoteia nos seus sonhos, quem tapa os seus sorrisos com lágrimas, quem lhe abandona sem roupa, sem mundo, sem beijo. Veja só: As Meninas na corte do rei parecem cortejar o seu coração. Corta a cena: seu azar foi ter vivido Cem anos de Solidão em uma única relação. Talvez por isso nada lhe emocione mais: nem o piano que toca algumas notas de jazz, nem o coração em guerra que, no peito, hasteia uma bandeira de paz. Talvez por isso nada lhe interesse mais: nem as cartas nem as caras de amor. Todas elas são ridículas, já dizia o poeta, todas elas são partículas de sentimento que não insiste mais… Contudo ainda me pego algumas vezes tateando uma sombra incompreensível que fala e que fuma e que finge estar viva. Só finge! Uma sombra precisa de luz para ser viva. Um amor precisa de vida para reluzir. Eu preciso de ambos para existir.
Agora podemos ir, dobrar uma esquina qualquer, reconhecer que a vida tem seus tropeços, seus problemas e seus soluços. E soluços nada mais são do que palavras que morreram engasgadas na vontade de dizer. O tempo dirá, o remorso roerá, o cigarro apagará e eu tenho a mais absoluta certeza que outra beleza menos confusa e mais Clara amanhecerá no meu mundo para me amar como eu não te amei.
E se você foi covarde, tudo bem… Todo mundo tem suas fraquezas. Nem todo mundo aguenta ser feliz. Eu também preciso de uma Trégua…
Fique com seus romances latinos;
Eu versifico com os meus poemas batidos:
O amor é bem mais do que isso… O amor é bem mais do que tudo isso”.
[o amor é bem mais do que isso; antônio]
As vezes o sentimento é tão forte e profundo que a gente não consegue expressar. Sei como ee sente. Beijos.
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