terça-feira, 16 de agosto de 2011

Tudo no seu normal e em mim dor.

Foto A. E. Castro

Assim que eu acordei já senti um sentimento estranho e logo me veio à consciência. Você não está mais aqui, talvez nunca estivesse estado.

Tudo em mim doía. Quanto mais eu observava a normalidade do mundo, mas eu sentia o entorpecimento da resignação. Tudo permanecia igual, tudo aparentemente estava em seu lugar. Os aviões no céu se preparando para pousar, as pessoas indo para seus empregos, o vento tocando as árvores e vez ou outra tocava um ipê rosa e fazia com que suas flores caíssem e, vez ou outra eu me perdia no cair de uma dessas flores, o desprendimento que não tem volta.

O sol enfim saiu, tocava tudo suavemente, os prédios da cidade que ainda estavam adormecidos, tocava as ruas que aos poucos iam se enchendo de pessoas e carros, mas esse mesmo sol não conseguia me aquecer.

Talvez um dia eu consiga deixar de pensar nas coisas que eu penso, nas coisas que aconteceram, e talvez um dia a dor diminua. Por hora não consigo e eu acho que vou continuar sentindo medo até que isso acabe.

Por mais que diga que não, para mim foi uma despedida, sei o que significa tudo o que você me disse, mas, por favor, não volte só para saber se eu estou bem e nem me observe aqui, não quero perder a autenticidade das minhas palavras.

Talvez um dia seja diferente, talvez um dia tudo não doa tanto assim, mas até lá lido apenas com o que eu tenho hoje - tenho que continuar.

AE.16/08/2011-LF

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