quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013



O tempo escorre pelos dedos da minha mão e se vai como areia pelo canal da ampulheta, passiva, respondendo em sua inércia a gravidade.
Responsabilidades e afazeres que se acumulam em horas e horas de obrigações que justificam a si próprias e constantemente nos tiram de perto daquilo que mais gostamos e se pudéssemos escolher seriam gastos assim, inquestionavelmente em favor de tais momentos.
Tantas vezes gostaria de ser flor, que nasce, cresce e morre no mesmo lugar, apenas contemplando a poesia que há no que a cerca e cumprindo o seu papel. Mas me vejo polinizador, com função itinerante e exaustiva que são consequências de escolhas feitas no passado.
Não lamento, mas o cansaço físico e mental me consomem em uma positividade quando me dou conta de que mesmo incontrolável, não raro asfixiante, assim como o tempo cumpri o seu papel – passar – eu faço agora o que precisa ser feito, como flor desgastada, mas sem deixar de olhar e sentir as belezas ao redor.

AE.04/02/2013

2 comentários:

  1. Realemnte não é dificil sentir inveja das flores que contemplam o belo e também são belas, partes fundamentais em toda a poesia da vida real. Mas sem que haja os polinizadores do que seriam as flores? Não existiriam mais, então tão belas quanto eles é o papel que cumprimos no mundo.

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Exale, polinize e frutifique.
Feliz em ver você aqui.