O tempo escorre pelos dedos da minha mão e se vai como areia pelo
canal da ampulheta, passiva, respondendo em sua inércia a gravidade.
Responsabilidades e afazeres que se acumulam em horas e
horas de obrigações que justificam a si próprias e constantemente nos tiram de
perto daquilo que mais gostamos e se pudéssemos escolher seriam gastos assim,
inquestionavelmente em favor de tais momentos.
Tantas vezes gostaria de ser flor, que nasce, cresce e morre
no mesmo lugar, apenas contemplando a poesia que há no que a cerca e cumprindo
o seu papel. Mas me vejo polinizador, com função itinerante e exaustiva que são
consequências de escolhas feitas no passado.
Não lamento, mas o cansaço físico e mental me consomem em
uma positividade quando me dou conta de que mesmo incontrolável, não raro
asfixiante, assim como o tempo cumpri o seu papel – passar – eu faço agora o
que precisa ser feito, como flor desgastada, mas sem deixar de olhar e sentir
as belezas ao redor.
AE.04/02/2013
Realemnte não é dificil sentir inveja das flores que contemplam o belo e também são belas, partes fundamentais em toda a poesia da vida real. Mas sem que haja os polinizadores do que seriam as flores? Não existiriam mais, então tão belas quanto eles é o papel que cumprimos no mundo.
ResponderExcluirSempre com lindas palavras.
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