domingo, 12 de julho de 2009

Sonho e realidade


Um dia acordei depois de um sonho que eu tive. Tinha conversado com alguém que me completava, e fiquei ali curtindo aquele sentimento bom e a sensação de ainda estar sonhando.

Quando levantei, senti que pisava em folhas de papel e as peguei para ler. Percebi que era a conversa que eu havia guardado para não me esquecer de palavras tão lindas... Nunca havia sentido algo assim, tão forte e instantaneamente.

Esse sonho se repetiu muitas vezes naquele mês e o sentimento aumentava, parecia que não era coisa nova e sim um reencontro, e o que já era forte continuou a crescer.

O medo me fazia companhia, mas ao mesmo tempo me era passada tanta confiança que já não havia mais forças em mim capazes de me fazer resistir ao que eu sentia.
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Haviam sonhos que pareciam realizáveis e que eu queria muito que assim fosse.

Com o passar do tempo as coisas se tornaram inconstantes, havia dores, compromissos e pessoas... E o sentimento inicial não diminuía, apenas sofria.

Movida pelo inicio tentei muitas vezes, e em algumas vezes encontrei silêncios dolorosos e profundos, que até hoje doem em minha alma.

Houve um período de revelação e encontro, a revelação foi difícil e o encontro surreal. Isso me confundia ainda mais, pois algumas situações e palavras não condiziam com a realidade.

Mais um período de espera se fez necessário e aqui a partida...

Sofri até que eu fosse capaz de voltar a respirar sem que houvesse dor.
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E por julgar estar bem num momento de saudade procurei e encontrei o que eu não havia perdido.
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Vi coisas que eu não queria e nem esperava ver que fizeram com que eu sofresse ainda mais, uma dor tão aguda que tornou-me incapaz de compartilhar com quem quer que fosse, por não acreditar naquilo que meus olhos viam. Deixei um bilhete e parti.

Nessa época havia lembranças de sonhos e pesadelos até que eu me acostumasse e pudesse aceitar o que eu já sabia, e que só agora eu pude ver.

Houve novamente um aparecimento, talvez uma tentativa, mas meu coração já calejado lembrou dos sonhos despedaçados e por mais que eu quisesse não conseguia acreditar, e então novamente parti.
 
Ainda dessa vez não foi e nem tem sido fácil. Cada reaproximação traz consigo as lembranças e os sentimentos cativados.
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É como se abríssemos o armário, e na tentativa de reorganizar as coisas jogássemos tudo no chão para enfim reestruturar. Mas talvez essa não seja a melhor maneira para fazer as coisas, talvez, esta seja a forma mais difícil.

Então peguei todas as minhas coisas que estavam pelo chão e guardei rapidamente com medo de sofrer de novo. Mas ainda não tem sido eficiente, pois as coisas continuam desorganizadas dentro do meu armário. E doído saber que nada pode ser feito até que eu seja capaz de organizá-lo novamente.

E então percebi que não era um sonho, apenas uma realidade comum de tantos enganos que a vida pode nos oferecer.



AE.12/07/2009-RA

3 comentários:

  1. sim as vezes queremos que um sonho não passe de sonho..as vezes queremos que um sonho se torne a mais pura realidade..mas nada que possamos sentir dor..mas como diz o velho ditado aprendemos na dor ou no amor..nem sempre queremos a dor mas as vezes nós aprenderemos muito mais..pena que não conseguimos entender que sempre é bom aprender..por mais dolorida que seja a história..sempre terá um grande aprendizado..

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  2. Linda mensagem...
    Sou fascinada por margaridas desde meninas.
    Obrigada pela visita.
    :*

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  3. Bonito, mesmo. Gostei. Conclusão na medida certa.

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